9.12.19

Originais de Poesia Brasileira


54IA

Histórias de Amor, objetivas ou subjetivas

Edson Cerqueira Felix

Poesia
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Prima Vera

Quando anunciam a primavera
É porque ela já chegou
Sutil ela vai brotando
Antes mesmo do calendário dizer

Aqui na cidade pequena
Ela é tão perfeita
Tão digna, tão santa, tão amável
E inebria o poeta mais louco

Saio de mim
Toco nas flores, sinto o perfume
Toco nas árvores com ternura

Elas se assustam com este homem
E dizem: É o amor!
E eu sigo feliz
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Kamaledhiplava

O rio fica ainda mais alegre
Quando vê o mar
Ele se desmancha todo
E traz muitos sais minerais

Nesse encontro tão belo
Viro estrela suicida do céu
E não afogo no fundo do mar
Oh estrela do mar

A sereia e a cítara, me fazem calar
Com o seu canto
Que ipinotisa

E lá vai aquele pequeno bote
Nesse oceano
Ou esse palco de pura emoção
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Perto da Mina

Plantei um belo jardim
Perto de uma fonte de água mineral
A terra foi tão fértil, que o jardim cresceu
Se tornou um pomar, depois um bosque

Um belo dia eu tive um sonho
Que num determinado ponto no jardim
Havia um tesouro enterrado
Com muito ouro e relíquias

Arranjei um detector de metais
Que realmente acusou haver metais ali
Decidi cavar

Achei um grande baú feito de cobre
Cheio de lingotes de ouro puro
E muita riqueza
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Gritos de Flor

Crescia uma linda flor, fêmea
Um pequeno botão cor de rosa
Crescendo fechado
Alcançou tamanho e foi desabrochando

Ali perto dela
Uma macho desabrochada
Já se esticava e alcançava a fêmea
Que desabrochara seu botão

O androceu da macho
Consegue tocar no gineceu dela
Como um eclipse no olhar

Como um beijo sem pólen nos lábios
Apenas um eclipse do sol e da lua
O encontro do androceu para o gineceu
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O Céu Chorou

Linda e bela é a chuva serôdia
Que cai espontâneamente
Sobre o solo
Rega todo o solo

Todo mundo entende essa benção
Mas, há quem feche a face
E balance a cabeça
Dizendo: Não, não

Os céus dizem: Por quê?
Se decepciona com ela?
A chuva que vem espontaneamente

É dia de banho de chuva
As crianças correm sob ela
Mas há rosto desgostoso por ela
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Jonas

Fui jogado da embarcação
O meu inimigo o fez
Ao seu bel-prazer
Em alto mar, no coração do mar

Na aflição desmaiei
Uma baleia jubarte me achou
Me jogou para cima
Me pôs sobre sua barriga

Nadando de costas
Com a barriga e eu fora d'água
Foi e me deixou na praia do mar

Fui resgatado por salva-vidas
E fui ressuscitado por uma
Com respiração boca a boca
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Beija-Flor

Eu me chamo poeta
Porque conheci a essência da vida
Conheci o amor
Sou um poeta verdadeiro

Mas a poesia está em todo o belo
Está na vida admirável
Na natureza
Em coisas simples da vida

Tem poesia mais linda
Do que o beija-flor esticar o seu bico
Nas reentrâncias da flor?

Ele não a avilta
Mas vai embora com uma gota
Uma gotinha de néctar
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Jerusalém

Deus é misericordioso e clemente
Abundante em misericórdia
Lindo em benevolência e verdade
Ele se enfeita com as suas qualidades

Tão santo, tão puro, tão amoroso
Uma emoção nos alicerces da vida
Fez pacto com um homem, Abraão
E com a sua descendência

E pode suscitar de pedras, filhos
Filhos de Abraão
Circuncidados no seu coração

O seu povo o traía com adultérios
Quando Israel estava em aflição
Ele voltava e perdoava os adultérios
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A Ira da Verdade

A mentira contendeu com a verdade
E disse: Eu sou de verdade.
A verdade disse:
Eu sei bem o que eu vejo.

A mentira insistiu
Bem diante da verdade
Permanecendo com muita falsidade
A verdade ficou em fúria

Dominando a mentira pelas mãos
Levou ela até um precipício
E disse: Mais uma falsidade e te jogo.

Disse mais a verdade:
Eu conheço a verdade sem pensar
Como vai você querer me enganar?
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Artificial

Uma criança brincando
Se desequilibra e cai
O pai cuida dela com segurança
Ela pára de chorar e se anima

E é lindo o pai a conduzindo
Em segurança, pela mão
A criança fica muito exultante
Ela se alegra no seu coração

Isso tudo é afeição natural
Parecido, mas diferente de amor
O amor é incondicional

O amor verdadeiro
É muito além disso e é escasso
Hoje, até amar parentes é difícil
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Discreto

O passarinho esperto
Se prepara, para um encontro
Prepara o seu ninho
Que mais parece a um palco

Feito com primor
O primor da natureza
Um chão macio de folhas secas
Frutinhas que ele colocou ali

A fêmea aparece
E ele tenta impressionar, dançando
Faz a sua dança do acasalamento

Tenta ser um pé de valsa
Mas a fêmea observa exigente
Não dá o sinal verde, e vai embora
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Linda Gazela

O cervo procura uma gazela
Encontra uma gazela tão saudável
Que lhe causára deleite
Assim se encontra com ela

Não é um encontro qualquer
É um encontro fora do bando
Aquele encontro onde a gazela corre
Ele deve mostrar para que veio

O cervo quer ela como companheira
Quer se unir com ela
E é a corrida que determinará isso

A gazela corre, como que fugindo
Ele precisa vencê-la na corrida
Mas a gazela dá poeira nele, coitado
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FIM!

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